Ilhas flutuantes de Uros, no Lago Titicaca

Após deixarmos Cusco, percorremos 400 quilômetros de ônibus em uma estrada asfaltada, cruzando o altiplano peruano e chegando próximo à fronteira com a Bolívia. A cidade de Puno é a principal base para conhecer o lago Titicaca, o lago mais alto navegável do mundo.

Como chegar

Você poderá vir de Cusco, Arequipa ou Copacabana. Saindo de Cusco, chegamos à noite em Puno, e encontramos uma cidade bem maior do que imaginávamos, com 120 mil habitantes.  A rodoviária fica próxima ao píer, facilmente você encontrará um táxi.

Onde ficar

Quando fizemos o trecho da rodoviária até o hotel de táxi, nos assustamos um pouco com o lugar, ainda mais quando vimos o hotel cheio de grades e cadeados. O Hotel  Marlon´s House era bastante confortável, bom café da manhã e ótimo preço, no outro dia pela manhã o entorno já se tornou amigável. Há alguns edifícios históricos para visitação no centro, mas os passeios principais estão no Lago Titicaca.

Ilhas flutuantes de Uros

Para visitas as Islas Flotantes de Uros, fomos direto ao píer comprar o passeio logo cedo. Não precisa reservar com antecedência, o passeio dura entre 2h, no máximo 3h, e inclui guia, que explicará um pouco sobre a história e a vida cotidiana nas ilhas. Os barcos navegam por meia hora, lentamente num canal bonito até a parte do lago tomada por toratora.

Os Uros seguem a tradição do período pré-incaico, quando criaram as ilhas flutuantes artificiais para viverem com maior segurança e evitar o domínio de outros povos. As ilhas são feitas com totora, a raiz de uma planta, que flutua naturalmente. Assim como as ilhas, os barcos e as casas também são do mesmo material. Ao todo são quase 90 ilhas, que precisam de manutenção frequente, os telhados, por exemplo, precisam ser trocados a cada três meses, e as ilhas duram, em média, 30 anos.

Tivemos uma pequena palestra na ilha em que ficamos, uma moradora explica o processo de construção das ilhas, em que forram à ilha com toratora no chão e ancoram em algum ponto do lago, são camadas e camadas que devem ser respostas a cada mês.

É interessante perceber como a presença feminina é bem forte na ilha, sendo que os homens ficam durante o dia em sua maioria pescando e elas cumprindo as outras atividades.

A toratora também é comestível e segundo eles bastante nutritiva.

Desde a década de 1990, chegaram às placas de energia solar, trazendo alguns costumes da vida contemporânea, como televisão, rádio e celular. Mas ao entrar nas casas, de apenas um cômodo, você poderá ver que ainda vivem com muita simplicidade.

Ao ler o livro da Família Zapp (família de argentinos que viaja o mundo há 15 anos), eles comentam que ao conhecer a realidade dos moradores das ilhas no inicio da viagem deles, abandonaram muito dos pertences, ao perceberem que necessitavam de pouco para viver, pois como contam na história, um morador comentou que se tivessem muito peso a ilha afundaria, lembrando dos supérfluos que muitas vezes carregamos.

As famílias das ilhas viviam da pesca e caça, mas desde a década de 1970 o turismo transformou a vida deles. Há um rodízio de visitações pelos turistas nas ilhas, permitindo que todos se beneficiem igualmente do turismo, em que eles apresentam a ilha e vendem artesanatos.

A transformação que o turismo provocou na área acaba desinteressando alguns, porém é curioso ver a adaptação ao meio. A Lonely Planet a apelida como “Disneyland do Titicaca”, pela comercialização da cultura, mas ainda considero muito interessante conhecer o lugar, a história e ter sua própria experiência.

Após a visitação as ilhas, fomos para a Ilha de Taquille, escreverei sobre no próximo post.

 

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