Feriado no litoral do Rio de Janeiro

Mais uma das aventuras de feriado, sem formatar um roteiro concreto, partimos com destino o litoral do Rio de Janeiro. Despretensiosamente com meta de chegar primeiro em Búzios e descer o litoral, conforme o ritmo que gostássemos das praias.

O litoral do Rio de Janeiro é basicamente dividido em 3 grandes regiões: Região Metropolitana (Cidade do Rio de Janeiro), a Região dos lagos (litoral norte, onde estão Arraial do Cabo, Búzios e Cabo Frio) e a Costa Verde (litoral sul, onde estão Angra dos Reis, Ilha Grande e Paraty), ou seja, tem bastante informação, vai rolar textão!

Sexta-feira (08/04/2016)

Saímos ao meio dia de Itapema/SC, após a Serra do Cafezal em São Paulo, com estrada muito sinuosa e poucas paradas, resolvemos parar para dormir em Registro/SP, pois estávamos exaustos e havia muitos quilômetros pela frente, tínhamos feito 440 quilômetros. Ficamos no Hotel Valle Sul bem próximo à rodovia, por R$150,00 era a melhor opção na redondeza.

Sábado (09/04/2016)

Após uma boa noite de sono, acordamos cedo e pegamos a estrada. Durante o dia paramos apenas para tomar um café em Queluz/SP, pois havíamos levado sanduíches. No caminho fomos observando a mudança de paisagem, com a transformação da vegetação, principalmente com os lindos visuais na Serra das Araras. Fomos tendo a sensação de um novo lugar, com o calor e a energia mudando.

BÚZIOS

Cansados, chegamos a Búzios ao final da tarde, e tivemos que bater a porta de algumas pousadas para conseguirmos um quarto. Não pense que é uma pacata vila de pescadores, é uma cidade movimentada e bem maior que imaginávamos. Já que estávamos no mês de abril e não estávamos na alta temporada, tivemos a sorte de encontrar a Pousada Tartaruga que nos recebeu muito bem. (R$200,00 o quarto p/ casal).

Após garantirmos a hospedagem, fomos caminhar na famosa Rua das Pedras, onde se concentram os restaurantes, casas noturnas e lojas. Escolhemos jantar na pizzaria La Dolce Vita, comandada por italianos, conseguiram fazer uma das pizzas mais deliciosas que comemos na vida! Experimentamos a cerveja local Therezópolis para acompanhar, vocês precisam conhecer esse lugar!

Como Búzios está a cerca de 2:30h do centro do Rio de Janeiro, está sempre movimentado. Pode se encontrar a estatua de Brigitte Bardot no centrinho, ela que visitou o antigo vilarejo de pescadores nos anos 1960, atraindo turistas do mundo inteiro, havendo a “glamorização” do destino.

Domingo (10/04/2016)

Tomamos café ao lado da piscina da pousada e nos preparamos para conhecer as praias. Conhecemos a Praia Brava, João Fernandinho (acesso ao lado do Hotel Colonna Park), Azeda, mas a nossa preferida foi a Azedinha.

Azeda e Azedinha

Cercada pela mata, o acesso à praia é por uma rua calçada a partir da Praia dos Ossos, no canto direito, há uma trilha para a Azeda (5 minutos), uma escadaria de madeira leva a orla. Seguindo pela Praia Azeda, no costão direito, há um caminho para a Praia Azedinha. A vantagem de ir de carro é conseguir conhecer as praias vazias, quando chegou o horário das primeiras paradas dos ônibus, as praias começaram a encher. Acordando cedo, conseguimos aproveitar quase que exclusivamente a natureza da praia Azedinha, com águas verdes e quentes, perfeita para snorkel.

ARRAIAL DO CABO

Com o movimento na cidade, resolvemos ir para o próximo destino, Arraial do Cabo. Deixamos a pousada e pegamos a RJ-102 rumo a Cabo Frio, em que ao chegarmos ficamos admirados com a cor incrível azul da água e a areia branquinha. Mas como a cidade é mais urbana, lembrando Santos/SP, seguimos para arraial.

Chegamos a Arraial precisando almoçar, e antes de conhecer as praias fomos ao restaurante Bacalhau do Tuga. Outro local que tem que se conhecer, com música francesa, vista para praia e um clima descontraído, vibe inesquecível. Pedimos o Bacalhau com Natas (R$99.00) e estava sensacional!

Na saída já deixamos reservado passeio de barco para fazermos no outro dia pela manhã, com a agência Cavalo Marinho (Telefone (22) 2622-3064).

Em Arraial encontramos uma das pousadas mais legais que já conhecemos, a Pousada Tanto Mar (R$245,00 quarto p/ casal), próxima ao mirante Pontal do Atalaia. Da pousada há acesso por trilha para Praia Brava que nos encantou com sua beleza, perfeita para o surf, com incrível por do sol. Após a praia ainda curtimos a piscina da pousada.

Segunda (11/04/2016)

Acordamos cedo, tomamos café e fomos para a Praia dos Anjos, onde é a saída para os passeios de barco às 9 horas. Aliás, se for para ir a Arraial do Cabo é essencial fazer o passeio com barco, mas cuide para não cair numa cilada! Há muitos passeios com grandes excursões e dependendo do que você espera talvez não se identifique com aquela galera com som alto, galera bebendo demais então avise para a agência sua preferência.

No nosso passeio pudemos ver o mar azul-claro e areia branca, foi incrível! Os pontos altos são a Praia da Ilha do Farol, as Prainhas do Pontal do Atalaia, e a Praia do Forno, com a possibilidade de mergulhar no mar azul-Caribe. Há também a visualização da Fenda Nossa Senhora, a Pedra do Gorila e Gruta Azul.

Quem vai de barco tem a oportunidade de conhecer o restaurante flutuante, que fica próximo à orla, a comida é bem melhor do que no restaurante da Praia do Forno. No restaurante da praia os preços eram bem altos e não condiziam com o sabor e atendimento, já no flutuante é outra história, e pode mergulhar aos fundos com tartarugas enormes.

A Praia do Forno pode ser acessada também por trilha, são aproximadamente 15 minutos, com início ao lado do píer da Praia dos Anjos. Essa facilidade de acesso leva a praia ficar muito lotada, quando o barqueiro perguntar em qual praia prefere ficar mais tempo, vale a pena optar pelas outras, para aproveitar melhor.

Terminamos o passeio no mar de Arraial às 15 horas, preparamos as malas e seguimos para Saquarema. Mas fizemos o trajeto pela RJ-102, uma estrada secundária de terra batida entre a vegetação. Como não havíamos feito nenhuma trilha ou aventura com a pelega ‘nosso carro’, encaramos os buracos e com isto demoramos um pouco mais do que o esperado, chegando à noite no destino, mas tivemos a oportunidade de ter mais contato com a natureza.

SAQUAREMA

Encontramos o Maasai Hotel, outro achado da viagem! Com frente para a Praia de Itauna, onde acontece um dos melhores campeonatos de surf, etapas do circuito mundial, WQS.

Jantamos no restaurante Casa da Praia, que também tem um clima de surf, mas como era segunda-feira não estava muito movimentado. Pedimos um prato que nunca havíamos comido feijoada de frutos do mar.

Terça-Feira (12/04/2016)

Aproveitamos a praia e as ondas de Itaúna pela manhã. Bem menos turística que as outras praias que havíamos passado, é frequentada pela galera do surf. Bom lugar para pegar sol enquanto observa a ondas quebrando com a Igreja Nossa Senhora de Nazaré ao fundo. Assim como essa construída em 1860, são comuns as igrejas dedicadas a Nossa Senhora de Nazaré localizarem sobre um rochedo à beira-mar e serem vistas a grande distância, pois a devoção está ligada à proteção dos navegantes e pescadores.

Seguimos viagem até Niterói, parando na Praia de Icaraí, com vista para a capital. Não tivemos coragem de entrar com o carro na cidade do Rio de Janeiro, como havíamos conversado com um casal carioca em Arraial que havia recomendado não entrar confiando apenas nas orientações do GPS, deixamos para uma próxima viagem. Comemos um lanche e seguimos sentido Angra dos Reis

ANGRA DOS REIS
São 365 ilhas para se visitar, eu já tinha conhecido anteriormente e teria que ter organizado um passeio com barco, é a melhor forma de ver o que há de mais bonito. Tentamos contornar as margens da cidade com o mar, mas não valeu muito a pena, pois não havia muito acesso para a observação do mar, quase sempre obstruída com muros. Como queríamos conhecer Paraty seguimos novamente viagem, deixando para visitar as ilhas de Angra quando viermos para Ilha Grande.

PARATY

Chegando a noite a cidade de Paraty, loucos por comida, paramos no Manuê Sucos, famoso pelo “dobrado”, uma espécie de crepe dobrado com recheios deliciosos! Muito bom, e o preço também!

Hospedamo-nos no Che Lagarto Suites Paraty, é uma rede de hostel que já havíamos ficado em outras viagens pela América do Sul, mas em Paraty há a categoria hostel com quartos com várias camas e outro edifício apenas com suítes, bem novinho.

Após estarmos alimentados e hospedados caminhamos pelo Centro Histórico, nas ruas em formato de canal, com pedras irregulares entre o lindo casario colonial. Lembro-me do quanto me fascinei em uma palestra do navegador Amyr Klink, em que comentava sobre as ruas de Paraty, foi levado em conta o fluxo das marés, pois a cidade foi projetada quase ao nível do mar. Há períodos em que a água sobe, porém as construções são um pouco mais altas não tendo problemas.

São várias lojinhas, atelier de artistas, restaurantes e bares com turistas do mundo inteiro encantados com a charmosa vila. Desde a década de 1970 as ruas do centrinho tem o acesso de carros proibido, o que acaba deixando mais gostoso o passeio a pé, uma cidade pulsante e alegre.

Como foi um dos principais portos de escoamento de ouro vindo de Minas Gerais, sendo rota de cidades mineiras como Ouro Preto e Tiradentes, a cidade cresceu no apogeu da exploração de ouro (1763). Após a decadência do ouro e do café (1870), Paraty foi esquecida por um século. O que a manteve preservada, porém só vista com potencial turístico na década de 1980, necessitando desenvolver bastante.

Quarta-Feira (13/04/2016)

Quando fomos tomar o café da manha nos deparamos com vários macaquinhos saguis em frente à porta do quarto, e tivemos essa companhia inusitada no café, dividindo umas bananas com eles.

Caminhamos novamente pelo centro, observamos barquinhos coloridos ancorados na margem do Rio Perequê-Açu, ponto de saída para os passeios às ilhas. Próximo ao centrinho há várias trilhas em meio à vegetação, as mais desertas se encontram em Trindade.

TRINDADE

Após 20 km de curvas sinuosas e ladeira da estrada que liga Paraty à Trindade chega-se a vila de hippie e pescadores. Descobertas para o turismo a cerca de 40 anos, você deixa o carro na Praia do Meio. Atualmente saem pequenos barcos que cobram de 5 a 10 reais o percurso até a piscina natural que fica na Praia do Cachadaço.

Mergulhamos na piscina, voltamos pela trilha (percurso de 1 hora) e no caminho passamos no restaurante familiar Casa Caiçara, onde almoçamos peixe na brasa e tomamos agua de coco, admirando a praia. Pois logo depois pegamos estrada para casa, por mais que queríamos ficar mais dias.

Quando ir?

Por mais que tenhamos feito o passeio fora da temporada de verão, vimos muito movimento na Região dos Lagos (Búzios, Cabo Frio e Arraial do Cabo)! Se fossemos no verão iríamos ficar mais na Região Costa Verde (litoral sul, onde estão Angra dos Reis, Ilha Grande e Paraty).

O legal de se fazer uma viagem como essa, é conhecer o local e escolher os lugares que mais gostou para uma próxima vez vir certeiro. É muito pessoal a identificação com as praias, ficamos encantados com a água e areia de Arraial do Cabo, com as ondas de Saquarema e o aconchego de Paraty. Ficou para uma próxima viagem conhecer melhor a região metropolitana e Ilha Grande.


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